segunda-feira, 22 de junho de 2009

EXCREÇÃO DE CREATININA

Há evidências de que componentes endógenos ou substratos do metabolismo do músculo esquelético possam ser usados para estimar a massa muscular esquelética, como é o caso da creatinina e da uréia.
Existem a respeito algumas premissas básicas pré-estabelecidas:
1) que esses marcadores químicos estão presentes nos músculos esqueléticos;
2) que sua quantidade é constante;
3) que são relativamente imutáveis por longo período de tempo;
4) E que o marcador não é assimilado após ser liberado na circulação.
Esses substratos musculares, principalmente a creatinina, vêm sendo usados para estimar o índice de massa muscular ou massa corporal magra (LUKASKI, 1987).

A creatinina encontra-se no sangue e na urina. Sua excreção, num dado indivíduo, é constante nas 24 horas e é utilizada como valor de referência para a avaliação da função renal. É um composto orgânico nitrogenado e não protéico, formado a partir da desidratação da creatina. A creatina é sintetizada nos rins, fígado e pâncreas e transportada para outros órgãos como músculo e cérebro, onde é fosforilada através da ação da enzima creatina quinase e estocada como fosfocreatina.
Uma parte da creatina livre no músculo não participa desta reação e é convertida em creatinina. De acordo com BURTIS & ASHWOOD (1994), a quantidade de creatinina endógena produzida é proporcional à massa muscular, sua produção varia de acordo com o sexo e a idade.
O homem saudável (não obeso) excreta em torno de 1,5 g/dia e a mulher 1,2 g/dia. SCHUTTE et al (1981) desenvolveram um estudo onde observaram relações entre a estimativa da massa corporal e a creatinina plasmática em homens e cães. Esses autores enfatizaram que, sendo a creatinina um metabólito exclusivo dos músculos estriados, o volume de urina excretada em 24 horas e a quantidade de creatinina ali contida permitiria a estimação da massa muscular.
Aplicado o método concluíram que um miligrama de creatinina no plasma é equivalente a aproximadamente 0,9 kg de músculo esquelético, com um erro médio de 4% entre os valores preditos e observados. Analisando as concentrações de creatinina no sangue e na urina, SWAMINATHAN et al (1986) encontraram correlação entre a creatinina no plasma e o tamanho do corpo em 673 indivíduos (homens e mulheres) chineses.
O corpo humano é constituído principalmente de gordura, músculos, ossos e resíduos. Os músculos são encontrados nas pernas e em menor quantidade na cabeça, tronco e braços correspondendo a cerca de 40% do peso corporal de um homem de 70 kg conforme a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (LUKASKI, 1996).
Existem várias técnicas de avaliação da composição corporal. O percentual de gordura (% G) e a massa corporal magra (MCM) podem ser analisados utilizando-se dos métodos denominados indiretos como a excreção de creatinina (método físico-químico) e densitometria (pesagem subaquática), segundo os protocolos de LOHMAN (1992), HEYWARD & STOLARCZYK (2000) e PETROSKI (2003).

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